A Veja desta semana publicou uma matéria sobre o atraso do lançamento de Marighella. Em sua chamada diz que tal atraso não tem relação com censura, mas sim com um “calote da produtora”. O jornalista, André Siqueira, foi muito bem informado por escrito sobre o que aconteceu com o filme O SENTIDO DA VIDA e mesmo assim ele ou seu editor nos chama de caloteiros. Para os colegas e parceiros que leram, devemos uma explicação:

Ha 3 anos estamos fazendo o documentário O SENTIDO DA VIDA, dirigido pelo amigo português Miguel Mendes. O Miguel deu duas voltas ao mundo para rodar o filme e está sofrendo para editar as suas 400 horas de material. O filme está impressionante, aliás. Nosso prazo de entrega para um dos fundos onde captamos recursos, o FSA (Fundo Setorial do Audiovisual) , era no segundo semestre do ano passado, só que o Miguel continuava montando. Mesmo que para o grosso da captação ainda estejamos dentro do prazo, mas sabendo que não cumpriríamos o prazo do FSA, pedimos um adiamento do prazo de entrega. Pelos problemas internos da Ancine, que sabemos, eles nunca responderam nosso pedido e nem o de muitas outras produtoras que estão no mesmo caso. O prazo venceu, a montagem continua em processo e por isso, a produtora ficou “inadimplente”, nós e todas as outras. É comum inadimplência no setor, até um documento com algum erro de preenchimento gera esta situação. Embora um adiamento do prazo de entrega pudesse ter sido negociado numa situação normal, a O2 está inadimplente. Dissemos isso ao jornalista, só que ao ler “inadimplente” a Veja substituiu a palavra por “calote”, que sugere um golpe financeiro. De qualquer maneira esta inadinplência não tem nenhuma relação com o adiamento de Marighella, que ocorreu antes. O texto mistura uma coisa com a outra e se engana nas duas. É mau jornalismo. Nós adoramos a nossa boa reputação no mercado, então vamos acionar a Veja, claro.