O álbum visual “GRACINHA”, de Manu Gavassi, co-dirigido pelo diretor da O2 Gabriel Dietrich, estreou nesta sexta-feira, 26, na plataforma Disney+. O projeto mistura um visual cinematográfico e lúdico com música.  

Confira abaixo o que diz Gabriel sobre a experiência:

“Gracinha nasceu e ta aí pra você ver na Disney+. Me conta o que achou?


O conceito de álbum visual é novo, e por isso meio abstrato. Quando a Manu Gavassi me mostrou o roteiro que havia escrito com as ideias para Gracinha, achei o desafio novo e meio maluco. “Legal, então pode tudo?”, pensei.

Descobri que sim. Seriam 8 clipes filmados em menos de 1 mês, com histórias intercaladas. Quando finalmente escutei as músicas, entendi tudo: aquela viagem daria certo, e eu estava ali para ajudar a transformar em realidade um turbilhão de ideias maravilhosas da Manu. Uma mente extraordinária de uma pessoa criativa, talentosa, corajosa, generosa, focada, inteligente, linda e com bom gosto… Eu tinha pouco tempo para planejar com detalhes, mas graças a uma equipe que acreditou no projeto desde o começo, embarcamos nessa viagem física e espiritual para Ouro Preto, uma cidade que carrega uma história importante e terrível do Brasil colonial.

Filmaríamos em vários lugares, mas em especial no teatro mais antigo das Américas ainda em atividade, A Casa da Ópera, inaugurado em 1770. Minha curiosidade despertou de uma maneira especial ao visitar as locações. Estudei sobre a cidade, e consegui enxergar cenas que faríamos ali, criando algo novo com raízes brasileiras, contando a história de Gracinha como uma camada de fantasia suspensa sobre a história daquela cidade, que toca a realidade mas sem se misturar com ela.

Com o fotógrafo Nicholas Bluff, tomamos decisões que colocaria Gracinha em um lugar especial na convergência de direção de arte, styling, luz, movimento e storytelling. “Essa história é real, apesar de não parecer”. Gracinha estaria situado num lugar do imaginário que é um conto de fadas, mas em que ainda se vê o mundo como ele é. E no mundo como ele é, muitas vezes a beleza se esconde em detalhes aos quais não se presta atenção. Foi o que imprimiu a stylist Carol Roquete, que vestiu incontáveis figurantes como se fossem protagonistas do filme da vida. Observe os detalhes dos figurinos das pessoas que não falam nada. Um cuidado aos detalhes que não se vê por aí.

Falando nisso, o Krisna e o Arthur acompanharam esse raciocínio ao trazer à vida maquiagens inacreditáveis, algumas que saltam à tela de tanta beleza em planos fechados, mas várias que quase passam despercebidas. É a beleza que está ali, às vezes na sombra. Sem o olhar do Nicholas Bluff, seria difícil ver assim. “Agora tudo faz sentido”, ele disse quando enquadramos as primeiras cenas. Que maneira sensível e precisa de iluminar, acredito que esses atributos estão à mostra em cada frame de Gracinha.

E para embalar tudo isso, a direção de arte da Ana Arietti e da Barbara Besouchet foi o toque final de fantasia, bom gosto e referências pop para tornar Gracinha uma produção atemporal e linda.Hoje, sou apaixonado pelas músicas do álbum, que tocam aqui em casa há alguns meses. Falei tanto desse projeto esse ano e não foi à toa: foi uma dedicação de vários meses para ver esse bebê nascer.

E ele ta aí. A Manu cansou de fazer Gracinha e resolveu fazer algo incrível pra mostrar a grande artista que sempre foi.”