O2Cast é o podcast da O2 Filmes e traz toda semana convidados para debater assuntos ligados à produção audiovisual.

Guto Gontijo, produtor executivo de dramaturgia, responsável pelo conteúdo criativo da O2 Filmes, conversa, na edição 119 do O2Cast, com a diretora, roteirista e montadora Anita Rocha da Silveira que alcançou projeção internacional com seus longas Mate-me Por Favor (2015), protagonizado por Valentina Herszage (prêmio como Melhor Direção no Festival do Rio, destaque do Festival de Veneza e indicada a Melhor Roteiro Original no Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro 2016) e Medusa, que estreou no último Festival de Cannes na Quinzena dos Realizadores e fala sobre o país de hoje, ainda que por meio de uma trama aparentemente distópica, repleta de fantasia.

O filme, que este ano também foi premiado com o Prémio Especial do Júri Canais TVCine no IndieLisboa, conta a história da jovem Mariana, que vive em um mundo onde deve ser uma mulher piedosa e perfeita. Para resistir à tentação, ela se aproveita para controlar tudo e todos, e ao cair da noite se encontra com sua gangue de meninas que caçam e lincham mulheres que se desviaram do caminho que alguns consideram certo.

Anita compartilhou sua formação, seus vários curtas, entre eles Mortos Vivos que criou, roteirizou e dirigiu e que a levou à Cannes pela primeira vez. Falou do trabalho de gênero muito forte que desenvolve, com uma base na realidade e de suas escolhas, cineastas preferidos, temáticas, a mistura de fantasia e realidade bem presente em seus trabalhos. 

Contou que seu primeiro longa, Mate-me por favor (2015), resultou de sua participação na La Fabrique dês Cinémas du Monde, projeto realizado em parceria entre o Instituto Francês e o Festival de Cannes. 

Sobre Medusa historiou como surgiu a ideia para o roteiro, a partir de notícias de jornal, e a abordagem de um mundo de extrema direita com personagens nada próximos da sua própria vida. Relembrou as etapas de realização, a pandemia e a necessidade de uma autorização especial que permitisse sua participação presencial em Cannes, devido às restrições impostas pela pandemia. Anita participou da trajetória do longa nos Estados Unidos numa turnê por mais de 20 cidades, o  lançamento próximo em VOD e em outros países. Guto lembrou o papel das trilhas e a importância delas nos filmes da diretora, que sente-se mais integrante do cinema fantástico do que do de horror.

Concluíram falando sobre as expectativas de mudança na situação das produções do cinema brasileiro, da esperada volta de festivais, mostras e retrospectivas. A diretora finalizou indicando filmes, séries, livros e discos.

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