O2CAST #130 – GABRIELA QUEIROZ / VIVA A CINEMATECA!
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7 de dezembro de 2022
O2Cast é o podcast da O2 Filmes e traz toda semana convidados para debater assuntos ligados à produção audiovisual.
A Cinemateca Brasileira, instituição criada em 1940 responsável pela guarda da memória cultural brasileira contida na produção audiovisual nacional, conseguiu retomar suas atividades em 2022, depois de permanecer fechada por 16 meses enfrentando uma enorme crise.
A diretora técnica da Cinemateca Gabriela Queiroz, responsável pelos departamentos que cuidam da preservação do acervo, do centro de documentação e pesquisa e do centro de difusão de filmes é a convidada do O2Cast.
Com 18 anos de trabalho na Cinemateca a diretora compartilha as particularidades do acervo de mais de 200 mil rolos de filmes, com materiais em todos os suportes desde aqueles em nitrato de celulose, a importância de assegurar a capacidade de reprodução das obras e sua conservação e a fundamental atividade de possibilitar o acesso e exibição ao público de toda esta produção, estimulando o estudo e a pesquisa da cultura cinematográfica.
Aborda o papel da Cinemateca na formação da mão de obra técnica que utiliza, dada a ausência de cursos formais de preservação audiovisual no país, o esforço em proporcionar complementação em cursos no exterior e a importância dos profissionais oriundos do mercado que atuam nos laboratórios de som e imagem como multiplicadores de seus conhecimentos. Conta também sobre o patrimônio correlato ao audiovisual que a instituição abriga, cuida e disponibiliza ao pesquisador composto de roteiros, catálogos, coleções de periódicos, correspondências, folhetos, catálogos e livros.
Tais Okamura, pesquisadora e redatora que colabora independentemente com o O2Cast perguntou sobre o que precisou ser feito no período seguinte à retomada da Cinemateca já que os funcionários todos haviam sido dispensados e o acervo ficou sem cuidados técnicos durante longos meses e houve ainda ocorrência de inundação e posterior incêndio nas dependências localizadas na Vila Leopoldina, destruindo documentos sobre as produções da década de 60 até o ano 2000.
Gabriela Queiroz conta que o acervo da instituição cresce mensalmente pois além de depositária legal de uma cópia de cada produção audiovisual realizada com utilização de recursos públicos há um movimento espontâneo do mundo do cinema em enviar à Cinemateca coleções e materiais, evidenciando que há confiabilidade nas atividades que efetuam de preservação da produção artística do país.
Lembra que os recursos atualmente disponíveis para a instituição são muito menores que aqueles que eram disponibilizados no período entre 2008 e 2012 quando as atividades da Cinemateca alcançaram alto nível de reconhecimento internacional. Há necessidade que as políticas de Estado voltem a reconhecer o custo real das necessidades e este reconhecimento repercuta nas verbas. Conta da elaboração de projetos e da prospecção de parceiros para recuperação de coleções como a que foi apoiado pelo Instituto Cultural da Vale para recuperação das produções em nitrato de 1913 até a década de 1950 ora em andamento.
Finaliza sobre novos projetos de recuperação e o convite ao público para voltar a frequentar as salas de Cinema da Cinemateca assistindo às mostras comemorativas em exibição.
O cinema nacional reproduz nossas histórias, fala de nossa gente, nossas vidas, nossas verdades e nossos sonhos de um país melhor para todos. Viva a Cinemateca!!
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