O2Cast é o podcast da O2 Filmes e traz toda semana convidados para debater assuntos ligados à produção audiovisual.

Neste episódio o O2Cast apresenta o professor e diretor de cinema e teatro Cristiano Burlan, premiado em Gramado como melhor diretor de ficção pelo seu longa A Mãe que conta a busca pelo filho adolescente desaparecido na periferia, numa área de muita violência por uma mãe solo.

Cristiano Burlan atua e desenvolve trabalho profissional no audiovisual desde 2004 já tendo mais de 18 longas e documentários, num total de 30 produções incluindo curtas e telefilmes. O diretor conta que o advento do digital possibilitou aos jovens da periferia o acesso ao cinema. (Seu primeiro trabalho foi realizado em 1984 em Barcelona onde foi estudar teatro.)

Criado na região do Capão Redondo, Jardim São Luiz e Jardim Ângela, o conhecido triângulo da Morte, área de muita violência e pobreza em São Paulo, sua câmera documenta esta alta letalidade e conta as tragédias familiares que atravessou e que deram origem a Trilogia do Luto: de 2013 Mataram meu irmão, de 2007 Construção sobre a morte violenta do pai e 2017 Elegia de um crime sobre o feminicídio que matou sua mãe.

Burlan realiza em paralelo pesquisas e projetos educativos como a série sobre Paulo Freire que finaliza para o SESC TV e outra que focaliza o diretor Antunes Filho. Ele conta também dos trabalhos que desenvolve com um grupo de teatro e música que faz auto ficção no Jardim Romano, bairro da periferia nas margens do rio Tietê, que é alagado anualmente.

O diretor compartilhou as inspirações que buscou para realizar o longa A Mãe, o desenvolvimento do roteiro, o processo de ensaios com elenco e a realização das filmagens antes da pandemia. Burlan comentou dificuldades e desafios permanentes para a realização das filmagens em SP. “Definitivamente não é para amadores filmar em São Paulo”. E lembrou do prazer do processo de montagem “quando você vê lá o que foi filmado“. Um processo longo de 7 anos para realização do filme.

Sobre Gramado e os três gratificantes prêmios recebidos: melhor desenho de som, melhor atriz (Marcélia Cartaxo) e melhor direção, Burlan registra que proporcionaram maior visibilidade para seu trabalho.

Cristiano Burlan conclui compartilhando suas expectativas para futuros projetos. Para conferir e torcer pelo diretor. 

Viva o cinema brasileiro!

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