O2Cast é o podcast da O2 Filmes e traz toda semana convidados para debater assuntos ligados à produção audiovisual.

Rodrigo de Oliveira, diretor, roteirista, montador e premiado com seu último longa Os Primeiros Soldados, é o convidado da edição 88 do O2Cast.

O filme foi selecionado para o 70º Festival Mannheim Heidelberg no final de 2021 onde recebeu os prêmios de Melhor Filme do Público e do Júri Jovem. Participou pouco depois, em Goa, do 52º Festival Internacional de Cinema da Índia, que homenageou a atriz Renata Carvalho com o Prêmio Especial do Júri, e foi exibido, em dezembro, na mostra “Première Brasil – NOVOS RUMOS” do 23º Festival do Rio, onde Renata Carvalho voltou a receber o Prêmio Especial do Júri. Também premiado na 25ª Mostra de Tiradentes, em janeiro de 2022.

“Os primeiros soldados”, produzido pela produtora capixaba Pique  bandeira, aborda ficcionalmente, um grupo de jovens LGBTQIA+ que celebra o réveillon sem ideia do que se avizinha. O biólogo Suzano (Johnny Massaro) percebe que algo desconhecido afeta seu corpo. O desespero diante da falta de informação e do futuro incerto aproxima Suzano da artista transexual Rose (Renata) e do videomaker Humberto (Vitor Camilo), igualmente doentes. Juntos eles tentarão sobreviver à primeira onda da epidemia de Aids, em Vitória, no Espírito Santo, no ano de 1983, enfrentando o vírus. O filme é uma tentativa de mostrar ao mundo as histórias não contadas do sofrimento e da discriminação de minorias sexuais no Brasil dos anos 1980 e é muito atual. “Se nós não documentarmos a história de nosso sofrimento, ninguém o fará. É um imperativo moral sobre minha comunidade.”

O longa deve ainda participar de novos festivais europeus e estrear no segundo semestre, com a diminuição e controle da pandemia. Também estará na tevê através do Canal Brasil.

O diretor conta que inicialmente interessava-se pelo cinema através da critica, quando escrevia para as revistas Cinética e Contraponto e que estimulado pela cineasta Paula Gaitan voltou-se para a produção de roteiros e para a direção. Realizou nestes últimos doze anos, vários filmes como As Horas  Vulgares , Teobaldo Morto, Romeu Exilado, o documentário vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro: Todos os Paulos do Mundo, também alguns curtas como Eclipse Solar e Ano Passado Eu Morri. No momento trabalha num longa sobre o músico Lô Borges e o Clube da Esquina.

Entrevistado por Tais Okamura, pesquisadora e redatora do departamento de pré-produção da O2 Filmes, Rodrigo comenta sobre o desenvolvimento do polo produtivo no Espirito Santo e da importância dos incentivos decorrentes do Fundo Setorial do Audiovisual para suas realizações. Ele conta que seu último filme foi possibilitado por um arranjo regional da secretaria de cultura do Espirito Santo com a Ancine, através do FSA, projeto aprovado antes da últimas eleições. O diretor acredita que os cineastas da “classe de 2022” estão dispostos ao embate politico, mostrando em suas obras um Brasil real. E compartilha a emoção das reações do público ao seu filme nas sessões presenciais em que ele foi apresentado no exterior e no Brasil.

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